Dia Europeu do Antibiótico – 18 de Novembro

Os antibióticos são medicamentos utilizados para tratar infecções causadas por bactérias. Existem diversos antibióticos com características diferentes, pelo que a escolha de qual o fármaco a utilizar depende da bactéria causadora e do tipo de infecção em questão, entre outros factores. É extremamente importante que exista uma escolha criteriosa das situações que necessitam de tratamento com antibiótico e que este seja tomado de forma correcta. A título de exemplo, patologias tais como gripes e constipações não são combatidas com antibióticos pois são causadas por vírus.

Nas últimas décadas tem surgido um problema de saúde a nível global resultante da má utilização destes fármacos: a resistência a antibióticos. Esta é a capacidade de as bactérias combaterem a acção de um antibiótico e resistirem ao seu efeito, sendo que o medicamento não é eficaz e a infecção não é tratada. Existem já algumas doenças cada vez mais difíceis de tratar devido a este fenómeno, o que pode resultar em internamentos hospitalares mais prolongados, custos em saúde mais elevados e maior mortalidade. Na União Europeia as infecções por bactérias multirresistentes atingem 670 mil pessoas/ano, mais do que o VIH, tuberculose e gripe. Segundo uma estimativa da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, divulgada há dois anos, em Portugal poderiam morrer até 2050 mais de 40 mil pessoas na sequência de infeções por bactérias resistentes a antibióticos, apontando para um valor próximo dos 1.100/ano.

Está nas mãos de todos nós travar esta problemática, evitando ou reduzindo as condições que favorecem o desenvolvimento de resistências. Seguem-se alguns conselhos importantes:

– O antibiótico deve ser prescrito por um médico;

– Não deve forçar o seu médico a prescrever-lhe um antibiótico, essa medicação pode não estar indicada para o seu problema de saúde;

– Deve tomá-lo durante o número de dias indicado e respeitando o intervalo de horas, mesmo que se sinta melhor antes do final do tratamento;

– Não deve utilizar o antibiótico que sobrou de outro tratamento ou que alguém lhe cedeu, pois pode não ser adequado a si ou à sua infecção;

– Deve informar o seu médico acerca da sua medicação habitual (se tomar) e caso tenha historial de alergias a antibióticos;

– É importante ter boas práticas de higiene para prevenir infecções, tais como lavar regularmente as mãos, cumprir etiqueta respiratória e preparar e refrigerar os alimentos de forma adequada.

Bibliografia:

https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/publicacoes/cim_e_publicacoes_uso_responsavel_de_antibioticos_20333640815a0eafbb3b066.pdf
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/antibiotic-resistance
https://www.sns.gov.pt/noticias/2021/02/08/antibioticos-nao-tome-por-tudo-e-por-nada/https://www.dgs.pt/em-destaque/nbspdirecao-geral-da-saude-lanca-campanha-para-o-uso-seguro-dos-antibioticos.aspx

Trabalho elaborado por:
Sara Pereira
Interna de Formação Específica em MGF
USF Serra da Lousã

DIA 6 DE NOVEMBRO – CONSCIENCIALIZAÇÃO DO STRESS

Dia 6 de Novembro assinala-se o Dia da Consciencialização do Stress, tendo como objetivo sensibilizar as pessoas para a importância do bem-estar e da partilha de estratégias no combate ao stress ás organizações e ao indivíduo. Está constantemente preocupado? Não consegue desligar do trabalho? Não sabe como relaxar ou desfrutar dos momentos de descontração? Não está sozinho, e é para isso que se assinala este dia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o stress como “a epidemia de saúde do século XXI”, afetando cada vez mais indivíduos a um nível global, com agravamento neste período pandémico. Apesar de invisível, o stress tem um peso elevado, podendo levar a complicações de saúde, como o declínio do sistema imunitário, o aumenta da pressão arterial e da suscetibilidade a doenças cardíacas.

De recordar que o “burnout” (stress profissional) entrou na nova classificação internacional de doenças da OMS, sendo definido como “um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida”.   Desta forma, é importante que implementemos estratégias para lidar com o stress, priorizando a nossa saúde individual, o que inclui o bem-estar mental. Se se sente no limite das suas capacidades, num estado de descontrolo, não perca mais tempo e procure ajuda médica.

De seguida apresento algumas recomendações, que são conselhos genéricos e abrangentes que poderá seguir no seu dia-à-dia:

  • Inspirar e expirar profundamente durante alguns segundos;
  • Quando se sentir triste, ansioso, confuso contacte os seus amigos e familiares – falar com pessoas em quem confia pode ajudar;
  • Recorra a capacidades e competências que já o/a ajudaram no passado a lidar com situações adversas;
  • Fazer pausas ao longo do dia de trabalho;
  • Não acumular demasiado trabalho – pedir ajuda sempre que necessário;
  • Apontar todos os compromissos e tarefas, para não estar a sobrecarregar o cérebro com esse tipo de informação;
  • Trabalhar num espaço limpo e organizado, com objetos que o façam ter recordações felizes;
  • Mantenha um estilo de vida saudável – alimentação equilibrada, períodos de sono e descanso adequados, exercício físico com regularidade;
  • Não fume, não consuma álcool ou drogas na tentativa de lidar com as suas emoções;
  • Ser positivo, e não começar de imediato a imaginar os piores cenários possíveis;
  • Fazer meditação;
  • Ouvir música.

Artigo Elaborado por:
Andreia Pereira
Interna de Formação Específica em MGF
USF Serra da Lousã

Dia Mundial do Cuidador Informal

O envelhecimento da população é uma realidade.  Segundo os resultados preliminares dos Censos 2021, na última década, a Lousã, registou um decréscimo de 3,4% da sua população aliado ao envelhecimento da população, sobretudo acima dos 80 anos. [1]

No dia 5 de Novembro celebra-se o dia mundial do cuidador informal.

O cuidador informal é a pessoa- família, amigo, voluntário- que presta assistência, de forma permanente ou não a pessoa em situação de dependência de cuidados básicos por motivos de incapacidade ou de deficiência. Vários estudos têm demonstrado que os cuidados informais têm diversas dificuldades e necessidades relacionados com a prestação destes cuidados e estão sujeitos a pior qualidade de vida, sofrem mais de doenças psicológicas. [2] Uma das explicações prende-se com os apoios insuficientes e desadequados às necessidades da pessoa em situação de dependência e do cuidador.

Ser cuidador informal é extremamente exigente. Perante tal exigência, o cuidador poderá sentir-se incapaz, só, cansado, exausto fisicamente ou psicologicamente. O médico de família para além do apoio à pessoa em situação de dependência é importante na identificação das necessidades dos cuidadores informais e mobilização das estruturas e recursos de apoio necessários e adequados. Se é cuidador informal, aborde as suas dificuldades, medos, expetativas com o seu médico família. Só estando bem, poderá prestar os melhores cuidados.

Os cuidados informais têm um papel fundamental na prestação de cuidados. Para além de reconhecer o seu papel, urge organizar estruturas de apoio social, saúde e financeiros.

Tem-se verificado uma crescente sensibilização para o papel do cuidador informal e têm sido dados alguns passos no seu reconhecimento com atribuição do Estatuto do Cuidador Informal, mas que, à data, não está acessível a todos. [3] Têm também surgido alguns programas de apoio multidisciplinares em alguns concelhos com caracter experimental (“pilotos”) dos quais a Lousã não faz parte.

A Lousã possui diversas iniciativas de apoio e incentivo ao envelhecimento ativo e diversas estruturas de apoio à população idosa. No entanto, e citando o relatório “Diagnóstico Social do Concelho da Lousã”, as respostas sociais são insuficientes e inadequadas “face às necessidades reais dos idosos, quer ao nível dos dependentes, quer dos mais autónomos”, sendo que promovido pela rede Social do Concelho da Lousã “não existem acordos estabelecidos com Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho para garantir o atendimento /acompanhamento social das famílias, apesar ser assegurado com colaboração destas instituições”. [4]

Urge considerar o cuidador informal nas estratégias de intervenção social relacionadas com as políticas de envelhecimento e situação de vulnerabilidade para que seja possível melhor capacitar quem cuida.

Referências bibliográficas:

[1] Censos 2021 [página na Internet]. INE – Plataforma de divulgação dos censos 202, Statistics Portugal [consultado 2021 out 18].Disponível em: https://censos.ine.pt/scripts/db_censos_2021.html

[2] Plöthner M, Schmidt K, de Jong L, Zeidler J, Damm K. Needs and preferences of informal caregivers regarding outpatient care for the elderly: a systematic literature review. BMC Geriatr. 2019 Mar 13;19(1):82. doi: 10.1186/s12877-019-1068-4. PMID: 30866827;

[3] ESTATUTO DO CUIDADOR INFORMAL: CUIDADOR INFORMAL PRINCIPAL E CUIDADOR INFORMAL NÃO PRINCIPAL. INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P [consultado 2021 out 18].Disponível em:http://www.seg-social.pt/documents/10152/17083150/8004_Estatuto%20Cuidador%20Informal%20Principal%20e%20Cuidador%20Informal%20n%C3%A3o%20Principal/edcbe0f7-3b85-48b8-ad98-2e0b2e475dd4

Artigo elaborado por:

Tatiana Peralta

Interna de Formação Específica em MGF

USF Serra da Lousã