Conceito de “Check-Up”

As consultas de “rotina” integram um conjunto de actividades preventivas, que podem ir desde um exame auxiliar de diagnóstico a um simples conselho do médico de família e/ou enfermeiro de família, englobando um conjunto de atitudes:

  • Aconselhamento sobre dieta, exercício físico, álcool, tabaco, outras drogas, stress e prevenção de acidentes;
  • Avaliação regular do peso e tensão arterial;
  • Vacinação;
  • E se necessário, análises clínicas ou outros exames auxiliares de diagnóstico.

O “check-up” indiscriminado caiu em desuso nos países desenvolvidos pela sua escassa utilidade. Na USF SL, numa consulta médica e/ou de enfermagem será avaliada a sua história clínica e familiar, feita a observação física e ponderados um conjunto de atitudes, tendo em conta o sexo, idade, história pessoal e familiar de cada doente, surgindo depois a necessidade ou não de exames.

No quadro abaixo estão indicadas as acções preventivas que devem ser efectuadas a adultos saudáveis, sem queixas e sem factores de risco, e a periodicidade com que devem ser realizados.

Versão da USF Serra da Lousã, janeiro de 2017

Luís Amaral – Interno de 2º ano de MGF

Avaliações a fazer na consulta

Frequência e Idade de início de avaliação nos adultos

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÓNICAS

Hábitos tabágicos(1) Sempre que oportuno em maiores 18 anos
Peso(1) A cada 2 anos  em maiores 18 anos
Hábitos alimentares(1) A cada 2 anos  em maiores 18 anos
Hábitos alcoólicos(1) A cada 3-4 anos  em maiores 18 anos
Hábitos exercícios físicos (1) A cada 2 anos  em maiores 18 anos
Osteoporose(2) Densitometria óssea única, a mulheres maiores 65 e homens maiores de 70 anos

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Tensão arterial(1)(3) A cada 2 anos após os 18 anos
Colesterol(2) A cada 5 anos, homens maiores de  40 e mulheres maiores de  50 anos
Diabetes(5) glicémia em jejum cada 3 anos, a partir dos 45 anos
Aneurisma da aorta abdominal (se fumador)(3) ecografia abdominal única, homens entre os 65-75 anos

PREVENÇÃO DO CANCRO

Próstrata(1)(3) Não existe consenso internacional para a realização de rastreio com PSA
Colo do útero(1)(3)(4) Mulheres cada 3 anos após duas citologias anuais normais; 25-64 anos
Mama(1)(3)(4) Mamografia em mulheres cada 2 anos dos 50 – 69 anos
Intestino-cólon(1)(3)(4) Periodicidade depende do exame; 50-74 anos

VACINAÇÃO

Vacina tétano(2) Vacinação aos 10, 25, 45, 65 anos …. (10/10 anos)
Vacina gripe sazonal(2) Anual em maiores 65 anos

Os seguintes exames não estão recomendados por rotina (“check-up”):

Rx tórax

Análises à tiróide

Endoscopia digestiva alta

Análises ao fígado

Electrocardiograma

Análises ao rim

Hemograma

Os exames auxiliares de diagnóstico, quando não usados de modo correcto, podem ter efeitos secundários negativos para a saúde da própria pessoa.

 

Referências:

(1)Royal Australian College of Family Practitioneres

(2)Direcção Geral de Saúde

(3)United States Preventive Services Task Force

(4)Plano Oncológico Nacional, Ministério da Saúde

(5)American Diabetes

Medicamentos antigripais são desaconselhados

01 dezembro 2016 Link Original

Os antigripais visam combater vários sintomas da gripe e constipação, mas a sua utilidade é duvidosa.

Os antigripais combinam várias substâncias ativas, incluindo anti-histamínicos, descongestionantes, paracetamol ou ácido acetilsalicílico, vitamina C e cafeína. Falamos de medicamentos bem conhecidos, como o Cêgripe e o Ilvico N, entre outros.

Em geral, podem ser comprados sem receita médica, mas não são recomendados, por diversas razões:

  • têm vários princípios ativos, logo o risco de efeitos adversos é maior, sem aumento de eficácia;
  • podem incluir uma substância contraindicada para o paciente, que pode tomá-la sem se aperceber;
  • existe a possibilidade de sobredosagem, se tomar outro medicamento com um princípio ativo presente no antigripal;
  • se o doente não apresentar todos os sintomas que o fármaco trata, acaba por tomar medicamentos sem necessidade;
  • a dose de certas substâncias é inferior à recomendada. Algumas combinações incluem, por exemplo, um miligrama de clorofeniramina, quando um adulto deve tomar quatro miligramas;
  • há ainda os que contêm substâncias sem eficácia comprovada, como a vitamina C.

A solução é tomar medicamentos individuais para cada sintoma. Se tiver febre, por exemplo, tome paracetamol ou ibuprofeno. Caso sofra de alergias, veja com o seu médico se precisa de um anti-histamínico. As dores de garganta, em geral, aliviam com chá morno, limão e mel. Se for mais prático, pode recorrer a um anestésico, como a benzocaína.

Recordamos ainda a seguinte informação:

Informação Gripe – USF Serra da Lousã

Gripe, Proteja-se – DGS / SNS

E ainda o artigo já publicado:

http://www.usf-serradalousa.com/2016/12/12/tenho-gripe-e-agora/

Tenho Gripe, e agora?

Se estiver com GRIPE, o que fazer?

  • Fique em casa, em repouso. Se necessitar de atestado médico (baixa), telefone ao seu Médico de Família. Ele irá resolver essa questão;
  • Não se agasalhe demasiado;
  • Meça a temperatura ao longo do dia;
  • Se estiver desconfortável com a febre, poderá tomar paracetamol;
  • Utilize soro fisiológico para a obstrução nasal;
  • Não tome antibióticos. Não atuam nas infeções virais, não melhoram os sintomas nem aceleram a cura;
  • Beba muitos líquidos: água, chá e sumos de fruta.
  • Ao quarto dia se mantiver febre, marque consulte via telefone com o seu Médico de Família.

Evite transmitir a gripe

  • Reduza, na medida do possível, o contacto com outras pessoas;
  • Lave frequentemente as mãos com água e sabão. Caso não seja possível, utilize toalhetes;
  • Use lenços de papel de utilização única (deite nos sanitários ou no lixo comum);
  • Ao espirrar ou tossir proteja a boca com um lenço de papel ou com o antebraço; não utilize as mãos;
  • Se sair de casa, utilize máscara protetora.

 

Se tiver dúvidas, telefone para a Saúde 24: 808 24 24 24 ou para o seu Médico de Família ou Enfermeiro de Família.

Luís Amaral – Interno do 1º ano de MGF